Artigo/Entrevista

Somos todos agentes de Proteção Civil

Promover uma cultura de segurança junto dos cidadãos e das comunidades é promover uma cidadania ativa e consciente, uma tarefa que deve ser partilhada por todos.

No passado dia 1 de março, assinalou-se o Dia Internacional da Proteção Civil, efeméride estabelecida pela Organização Internacional de Proteção Civil com o intuito de sensibilizar para a importância da proteção civil na sociedade, bem como cativar a atenção da população para questões como prevenção e proteção individual e coletiva.

Capacitar cidadãos para os riscos a que estão sujeitos no território, é a chave para a construção de comunidades mais resilientes e seguras.

Desde o início da colonização até os dias de hoje, os eventos catastróficos são constantes na Ilha da Madeira. Independentemente da sua génese, humana ou natural, os riscos (probabilidade de ocorrência de um evento perigoso e de que dele decorram consequências para pessoas bens e/ou equipamentos) põem em causa a nossa segurança. A imprevisibilidade de acontecimentos como a aluvião de 20 de fevereiro de 2010, os incêndios florestais em 2012 e 2016 serviram de “gatilho” para a necessidade de alterar comportamentos e adoção de práticas preventivas.

A aposta na sensibilização dos cidadãos sobre os riscos (nas suas diferentes géneses) e a capacitação destes na prevenção e autoproteção, é uma das mais valias na construção de uma sociedade resiliente. Todos ficamos a ganhar! É fundamental um cidadão ser capaz de se auto proteger e saber agir com os outros aquando da manifestação do risco, apenas assim podemos minimizar a vulnerabilidade face a estes eventos adversos. Passemos a dois exemplos práticos:

1- Se se iniciar um incêndio numa determinada divisão de um edifício ou da nossa casa e se tivermos um extintor à nossa disposição e soubermos usá-lo corretamente, podemos extinguir o fogo e evitar danos materiais e/ou imateriais.

2 – Se ocorrer um incêndio florestal nas áreas circundantes à nossa edificação, mas se antecipadamente criarmos uma faixa de proteção, reduzimos o combustível ao redor da nossa habitação e podemos estar a retardar a propagação do fogo.

Estes são pequenos exemplos de como as medidas preventivas poderão ser decisivas na forma como decorrem os eventos, reduzindo-se desta forma, as vulnerabilidades e aumentando-se a resiliência das comunidades.

Na Região Autónoma da Madeira tem sido realizado um importante trabalho no âmbito da sensibilização e consciencialização da comunidade escolar, através de projetos como a “Educação para Segurança e Prevenção de Riscos” e o “Segurança em Casa, na Rua e na Escola”, dos quais a Associação Insular de Geografia é parceira. No entanto, este aumento de consciência para uma cultura de segurança preventiva deve abranger outras faixas etárias da população, nomeadamente os idosos, considerados como grupos vulneráveis. A participação ativa dos cidadãos em sensibilizações relacionadas com a autoproteção, apresenta-se como um verdadeiro desafio que se coloca às entidades responsáveis.

Promover uma cultura de segurança junto dos cidadãos e das comunidades é promover uma cidadania ativa e consciente, uma tarefa que deve ser partilhada por todos. Todos podemos ser agentes proteção civil, participando no processo construtivo de uma comunidade resiliente.

Publicado por:

Patrícia Serrão

Data de Publicação:

30 Mar, 2021

(Editado: 30 Mar, 2021)

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