Artigo/Entrevista

De abril a abril, águas mil- Mudança de paradigma

Ao olhar para o mês em questão e para o que de recente se passou, falemos sobre a componente água.

Sendo o mês de abril o mês internacional da Arquitetura Paisagista, será pertinente defini-la muito sucinta e brevemente: é, portanto, uma profissão de quem concebe a Paisagem, sendo que a sua abordagem é de natureza arquitetónica, sintetizando, no espaço concebido, o conhecimento científico disponível relativo à Natureza e à Cultura. A Paisagem é, pois, o “objeto” de trabalho de um Arquiteto Paisagista. Sabendo que dela fazem parte a mata, a sebe, as árvores, a orla, os percursos, os socalcos, a água, entre outros, é que o seu carácter resulta da ação e da interação de fatores naturais e /ou humanos. Estes, através da sua atividade, constroem ou alteram a Paisagem. Aceitemos, então que cada um de nós intervém na mesma. 

Ao olhar para o mês em questão e para o que de recente se passou, falemos sobre a componente água. Numa altura em que percebemos a sua influência, de forma direta ou indireta, a vários níveis, importa assegurá-la, no seu ciclo, de forma mais equilibrada possível. Isto implica que repensemos na sua atividade de forma anual e não estacional, pois continuamos a ter desequilíbrios no inverno, devido ao excesso, sobretudo nas enchentes rápidas e aluviões que não são retidos por vegetação, devido à falta desta desde as cabeceiras até às margens e linhas de água; e no verão, devido à sua falta, principalmente no solo, sob a forma de humidade retida por vegetação, novamente devido à escassez dos vários extratos vegetais.

É crucial perceber que a água faz parte da paisagem e esta deve ser composta também por sistemas naturais, portanto, procuremos nessa naturalidade a forma de nos protegermos todo o ano.  Esta intervenção é condicionada por regulamentos e instrumentos de gestão territorial, que para tal é necessário que existam e que estejam em concordância. A falta de definição, clara e abrangente, de uma estrutura ecológica ao nível regional e municipal e a falta de visão global e integrada de um sistema dinâmico, como a paisagem e os seus componentes, condiciona um planeamento e ordenamento do território mais sustentável e a segurança das populações.

Vamos, portanto, aceitar a componente natural e ecológica da paisagem trabalhando em harmonia em detrimento da oposição, porque precisamos de paisagem e qualidade de vida o ano inteiro, para todas as vidas.

Publicado por:

Tânia Carvalho

Data de Publicação:

30 Abr, 2021

(Editado: 30 Abr, 2021)

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