Artigo/Entrevista
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“ “Dados: a riqueza que Portugal ainda não explora” ”
O Território não pode desperdiçar a “mina de ouro”!O título “Dados: a riqueza que Portugal ainda não explora” fez manchete há um ano na imprensa nacional, com uma “dura” análise a publicações recentes do Portal Europeu dos Dados e a forma como Portugal foi “atirado” para as últimas posições dos rankings mundiais. Adiantam estes relatórios que o mercado de Dados Abertos vale 76 mil milhões € e pode chegar aos 100 mil empregos na Europa.
Todos criamos Dados! O exemplo é quotidiano. Na simples ida ao supermercado, o consumidor está a dizer a marca que escolhe, que produto compra, com que frequência, as quantidades e/ou se compra em maior quantidade caso esteja no “panfleto da semana”. Os Dados, depois de analisados, são relatados como “uma mina de ouro” para a tomada de decisões rentáveis e eficazes.
Replica-se o valor destes Dados para o turismo, a indústria, a agricultura, a mobilidade, a administração pública e, inevitavelmente, para uma nova década de desafios territoriais.
Planear o território na próxima década não é tarefa fácil! Os sistemas territoriais são cada vez mais dinâmicos e sensíveis, as mudanças são rápidas e a sociedade já não aceita más decisões e os erros do passado. A gestão eficiente e as novas ferramentas assim exigem. Os dados, a informação e o conhecimento numa sociedade participativa e exigente, são o ponto de partida para construir processos de gestão do território dinâmicos e cíclicos, que colocam a monitorização e avaliação no centro das preocupações e intervenções. O Território não pode desperdiçar a “mina de ouro”!
As orientações do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, em matéria de promoção de informação geográfica, de conhecimento das dinâmicas territoriais e de reforço da cultura territorial, são claras e sem rodeios. É premente racionalizar esforços e de acelerar na inovação de aquisição, gestão e governança de dados relevantes para a produção de indicadores territoriais, que garantam a sustentabilidade das áreas protegidas, das paisagens, da orla costeira, bom estado ambiental, da análise de riscos naturais, da capacidade de carga, entre outros.
Ganhamos com a eficácia, com as boas decisões e com a criação de um legado informativo, aquele que ainda está fechado, “escondido”, desatualizado ou refém da burocracia, ao invés de estar disponível e acessível em tempo real.
Na região, este desconcertante cenário de “dados desarrumados” não é diferente. Mas que seja encarado como uma oportunidade para a nova década. As orientações e adaptação dos Instrumentos de Gestão do Território assim o exigem. Podendo um plano demorar 10, 20, 30 anos ou mais a concretizar-se torna-se muito importante assegurar a adequação do mesmo às circunstâncias de cada um desses tempos, às idiossincrasias da própria sociedade em mutação, às muito variáveis condições envolventes e do ambiente de decisão, importando cuidar da sua adaptação (Batista e Silva, (2009)).
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